quinta-feira, 26 de junho de 2008

Parte Federal - Episódio I

Um mês antes da entrevista, começamos a preparar a documentação e os formulários da parte federal do processo, pois, se tudo desse certo, os enviaríamos ao Consulado Geral do Canadá em São Paulo ainda no mesmo dia. Mas, infelizmente, não recebemos o nosso CSQ (certificado de seleção do Québec) ao final da entrevista, porque, por um motivo qualquer (que na verdade não sabemos qual foi), nenhum CSQ estava sendo entregue nessa missão em Recife. O combinado foi, então, que nos enviariam pelos correios, o que demorou quase 1 mês para acontecer. Não fosse todo o atraso para a entrevista, ainda faltava mais essa. Porém, mais uma vez, superamos a ansiedade e procuramos aproveitar o momento de plena felicidade e alívio que estávamos vivendo para, finalmente, descontrair. Mas, vamos ao que realmente interessa: a parte federal. Com o CSQ em mãos, devemos dar início a mais uma etapa de longa espera. E, para começar, mais papéis. Como os formulários exigem uma certa atenção devido às várias exigências feitas para o seu preenchimento, os deixaremos para um segundo momento. Começaremos pelas certidões de antecedentes criminais e de ausência de ação judicial, seguida da lista de documentação que, dessa vez, é bem pequena.

Certidões de Antecedentes Criminais e de Ausência de Ação Judicial

O requerente principal e cada membro de sua família maior de 18 anos, quer o acompanhe ou não na viagem, devem enviar essa documentação ao Consulado. Entenda família como sendo cônjuge, filhos e enteados. Devem-se enviar as certidões originais e não as cópias nesse caso. E, elas devem ser requeridas em cada Estado em que se tenha estabelecido residência por mais de 6 meses após ter completado 18 anos de idade. São elas:

1. Certidão de Antecedentes Criminais emitida pela Polícia Federal

Essa é apenas uma para todo o território nacional. Para tirá-la aqui em Recife, você deve se dirigir ao Departamento de Polícia Federal localizado no Cais do Apolo (Av. Martin Luther King, 321 – Bairro do Recife) já munido com a cópia do RG e o original. Lá você preenche um formulário bem básico e aguarda o prazo de 10 dias úteis para a entrega da certidão. Não há nenhuma taxa a ser paga. Vale salientar que apenas a própria pessoa pode requisitá-la e sua validade é de 90 dias.

2. Certidão de Antecedentes Criminais emitida pelo Estado

Deve-se requisitar uma certidão dessa para cada Estado em que se tenha residido por mais de 6 meses e após ter completado 18 anos. Em Recife, ela pode ser tirada no Instituto de Identificação Tavares Buril, localizado na Rua da Aurora, ou no Expresso Cidadão do Cordeiro, onde tiramos as nossas. Achamos lá bem mais prático, tanto pela localização quanto pelo horário de funcionamento (das 08:00h às 20:00h). Novamente, deve-se levar uma cópia do RG e o original e preencher um formulário que é dado na hora. Além disso, se paga uma taxa de R$ 9,02 no banco que fica dentro do próprio prédio. É válido por 90 dias também.

3. Certidão de distribuições Cíveis, fiscais e criminais emitida pela Justiça Federal da região judiciária do Estado (ou Certidão de Nada Consta)

Essa você pode pedir na Justiça Federal de Pernambuco, localizada na Av. Recife, 6250. No entanto, é desnecessário se dar ao trabalho de ir até lá, pois tudo o que farão é entrar no site (http://www.jfpe.gov.br/) e imprimir a certidão. É bem mais prático fazer isso em casa e não tem nenhuma diferença. Vale por 30 dias e também deve ser requisitada de acordo com cada localidade em que se tenha residido por mais de um semestre após a maioridade.

Para os que residiram foram do país por mais de 6 meses e após os 18 anos, devem-se requerer também certidões da Polícia Federal, das Polícias locais ou regionais e das autoridades judiciárias do país em que residiu.

Documentação

Devem-se enviar cópias simples dos documentos listados abaixo, tanto do requerente principal quanto do cônjuge. Não é necessário autenticá-las. São eles:

* Certidão de Nascimento
* Certidão de Casamento
* Passaporte
* RG


Lembrando, mais uma vez, que essa foi a documentação exigida para o nosso caso, o seu pode ser diferente, então, confira a sua no Guide à l’intention des travailleurs qualifiés – Instructions spécifiques du bureau des visas – São Paulo. Nesse guia, você ainda encontra, no Apêndice C, as especificações das fotos que também devem ser enviadas. E, já que falamos nelas, é importante observar que algumas exigências são feitas com relação aos seus parâmetros. Sua medida deve ser de 3,5cm x 4,5cm (ou 35mm x 45mm como no próprio guia), com fundo branco, podendo ser colorida ou em preto e branco. Todos os membros da família devem enviar 6 fotos, sendo que, no verso de uma delas, deve constar o nome completo, data de nascimento, parentesco com o demandante principal e a data em que ela foi tirada. Além disso, elas devem ser separadas em envelopes que contenham essas mesmas informações no verso e sejam devidamente lacrados (ou seja, um para cada membro contendo 6 fotos cada). Tiramos as nossas fotos na loja da Tabira no Shopping Tacaruna. Uma cartela com as 6 custa R$ 9,90. É aconselhável levar o guia para que a pessoa que as fará possa saber as medidas exatas, que são, inclusive, mostradas por um desenho ilustrativo. No próximo post, continuaremos a saga da parte federal com os formulários e o pagamento da taxa. Então, até lá! =)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Francisation en ligne - FEL


Uma oportunidade única para os que já possuem o tão almejado CSQ, mas que ainda estão em terras tupiniquins, é fazer a francisation via internet através do portal FEL (Francisation en Ligne). Segunda-feira passada, fiz minha inscrição no site e, para a minha surpresa, descobri, após ter feito um teste avaliativo de francês, que estavam formando turmas de início imediato, e melhor, que eu havia ficado em uma dessas turmas. Nem preciso dizer que estou super empolgada com isso! Como ainda estou no comecinho do curso (há apenas 2 dias), não sei muito bem como tudo funciona, mas, lendo a cartilha destinada aos alunos, pude observar que parece ser um trabalho sério e muito bacana para os futuros imigrantes.
Depois de ter feito o teste avaliativo para saber qual era o meu nível de francês, fui redirecionada a uma outra página, na qual já pude ver qual era a minha turma, a minha professora e os meus companheiros dessa nova jornada. Fiquei em uma turma de latino-americanos (somos 14 ao todo) e com uma professora nativa do Québec super gabaritada, que, apesar de ser novinha, já possui um currículo bem interessante, com direito a mestrado em Literatura pela Universidade de Montréal no Québec e tudo.
No portal FEL, cada aluno tem acesso particular a sua página e nela constam o programa de estudos (com as atividades, avaliações) e outras informações (como o seu perfil e mensagens que a professora e os colegas enviam). Temos acesso a um banco riquíssimo de informações com fichas, exercícios, uma lista de ótimos links, dicionário, conjugador de verbo online... É muito bom mesmo. A profa já entrou em contato comigo para dar as boas-vindas e explicar algumas coisas básicas. Ela ficou de enviar um novo e-mail nos próximos dias marcando o dia e o horário do nosso primeiro encontro virtual. Estou bem ansiosa para esse dia! Fora isso, como já temos acesso às atividades, já andei fazendo algumas e achei muito muito bacana! Elas são direcionadas às necessidades dos imigrantes e, além de trazerem dicas, ainda dão informações sobre a vida na província. Realmente é uma oportunidade incrível oferecida pelo governo do Québec e que deve ser aproveitada. Ao decorrer do curso, contarei aqui como tudo funciona e minhas impressões, mas, de antemão, está aprovadíssimo!

domingo, 15 de junho de 2008

O dia D

Nossa entrevista ocorreu no dia 23 de abril desse ano com o conselheiro Daniel Leblanc em Recife. Nosso perfil na ocasião: eu, 23 anos, licenciada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa e suas respectivas Literaturas, 4 anos de experiência profissional e 350 horas de Francês; Diogo, 24 anos, licenciando em Música (faltando 2 meses para se formar), 1 ano de experiência profissional sem ser da sua área, apenas 2 meses de estágio curricular, mais de 800 horas de Francês e Inglês avançado. Quando chegamos ao hotel em que as entrevistas estavam sendo realizadas, um casal de amigos nossos tinha acabado de sair da sala com a boa notícia do CSQ. Eles trataram logo de nos tranqüilizar e de contar como foi a entrevista. Estávamos muito nervosos. Na verdade, nunca fiquei tão nervosa na minha vida. Meu coração estava quase saindo pela boca. Daí, ficamos conversando na sala de espera até a hora da nossa entrevista. Quando faltavam 10 minutos, Leblanc desceu com um casal que estava vibrando com a conquista do CSQ também. Então, era chegada a nossa vez. Fomos conversando com ele, em Francês, até a sala da entrevista localizada no 1º andar do hotel. Foi bom para descontrair um pouco e para mostrar como estava a nossa situação na língua. Lá tinha apenas uma mesa com um computador e alguns papéis. Sentamos de frente para o conselheiro e ele começou a nos pedir os originais da documentação que havíamos enviado ao escritório. Senti um pouco de dificuldade em compreender algumas palavras por conta do sotaque, mas nada que atrapalhasse. Nessa parte, basicamente mostramos os documentos e tiramos algumas dúvidas que surgiram da parte dele. Depois, ele nos perguntou se tínhamos levado alguma proposta de emprego da nossa área no Québec e, a partir daí, fomos mostrando tudo o que havíamos pesquisado. Como estávamos com medo de não passarmos na entrevista, fomos apresentando todo o nosso projeto sem dar brecha pra ele nos perguntar muita coisa, o que acredito que tenha sido muito bom para nós. Mostramos a pesquisa do mels sobre as perspectivas futuras da nossa profissão na província e as que retiramos do site Emploi Québec, mas ele só deu uma olhadinha por cima no que estava marcado. Então, mostramos as propostas que havíamos selecionado, o que realmente lhe interessava. Ele nos perguntou apenas quais eram os requisitos para elas (o que os empregadores cobravam dos candidatos) e se divertiu bastante com algumas bem peculiares da área de Diogo. Ele achou todas bem bacanas e disse que arrumaríamos emprego lá com facilidade. Em seguida, mostramos a pasta com as pesquisas sobre o Canadá, a província e a cidade de Montréal, porém ele não quis nem ver, passou logo para os anúncios de aluguéis de apartamentos. Ele olhou o que estava incluso no valor e a localização dos mesmos. Ele também nos deu dicas de alguns bairros que deveríamos ficar, os quais ele julgava que nos ajudariam mais na adaptação por não serem bairros basicamente de imigrantes, como Rosemont e Plateau. Daí, aproveitamos para mostrar o mapa que havíamos levado com as marcações dos apartamentos que tinham nos interessado e o que havia próximo deles, como estação de metrô, hospitais, supermercados. Leblanc gostou bastante. Então, mostramos uma pesquisa que eu havia feito sobre a variação dos preços dos alimentos em Québec durante uns 6 meses. Na tabela tinha de tudo, o que ele achou incrível. Fora isso, uns folders de supermercado e uma tabela com o valor do transporte público em Montréal. A essa altura, pelas dicas que ele tinha nos dado e outras coisinhas (tipo um formulário que ele mandou Diogo assinar), eu já sabia que tínhamos sido aceitos, mas fiquei friamente aguardando até a hora em que ele realmente declarasse isso. De repente, ele se levantou, apertou a nossa mão e nos disse “Parabéns!”. Eu fiquei em estado de choque. A ficha só caiu quando já estávamos fora do hotel. A única pergunta que ele nos fez propriamente foi o motivo que nos levou a escolher o Québec. Leblanc é muito tranqüilo e simpático. Sentimos-nos bem à vontade com ele. Já sabíamos muito do que ele cobrava nas entrevistas e o que ele mais gostava nos candidatos, porque eu tive todo o trabalho de ler inúmeros relatos de entrevistas com ele e com outros conselheiros também. Isso foi muito importante, pois me possibilitou saber o que eles mais cobravam, quem pedia imposto de renda (apesar de não ser um documento cobrado pelo escritório), o que eles gostavam e o que não gostavam muito de ver e ouvir, quem falava mais inglês ou quem aproveitava para falar também espanhol com o candidato (já que eu havia mandado o certificado de formação nessa língua, tinha que me preocupar inclusive com isso)... Bom, eu aconselho a fazerem isso, vale muito a pena, já que é sempre bom saber aonde vamos pisar. As comunidades e os blogs estão aí a nossa disposição para facilitar as nossas vidas, principalmente nesses pontos. Ah, também levamos umas fotos e o endereço de um amigo que já estava em Montréal. Tirando as últimas dúvidas... Quando enviamos a documentação para o Bureau, mandamos uma declaração da universidade em que Diogo estuda dizendo que ele estava no último período do curso e que em dezembro de 2007 ele se formaria. Pensávamos que iríamos fazer a entrevista nesse mês, mas, pelos problemas já conhecidos de vocês, infelizmente, não foi possível, o que foi até melhor, já que ocorreu um choque de horário de duas disciplinas de Diogo, o que fez com que ele só concluísse o curso nessa sexta-feira passada. Mas, apesar disso, os pontos da formação de Diogo foram computados sem problemas. É isso pessoal. Espero que estejamos ajudando de alguma forma e contribuindo para o sonho de cada um.







sábado, 7 de junho de 2008

Enviada a documentação...

Depois de todo o trabalho de separar a documentação e preencher formulários, vem o pior: aguardar os primeiros contatos do Escritório de Imigração conosco. No nosso caso, ele nem demorou muito, mas o mesmo não vem ocorrendo com muitos amigos daqui de Recife que enviaram seus dossiês recentemente ao novo Bureau de São Paulo. Imaginei que esse tipo de atraso ocorreria por conta da mudança de localização e do aumento da demanda. Porém, não pensei que chegaria ao ponto de 3 meses após enviada a documentação, muitos não terem recebido nem um e-mail informando a chegada da mesma, como ocorreu conosco. Sei que isso é importantíssimo e extremamente tranqüilizador para quem está envolvido nesse processo. Passamos por muitas angústias resultantes do atraso da nossa entrevista e é realmente uma pena que isso ainda esteja acontecendo. Uma lástima pra os que se candidataram ao processo e para o próprio Ministério de Imigração, que também sai prejudicado com isso. O que podemos dizer para os que estão nessa mesma situação é: façam disso um momento de preparação para a entrevista. Foi o que fizemos. Estudem mais Francês, porque nunca é demais. Dediquem-se ao projeto, às pesquisas e exercitem a paciência, pois ela será vital durante todo o processo. Depois do alívio que vem com o CSQ, novamente iremos precisar dela para a parte federal que também demora, infelizmente. Mas, pensemos positivo! Logo boas notícias chegarão e, com elas, o nervosismo para a entrevista que é, realmente, o momento em que ele atinge o pico máximo! Como disse, aproveitamos o nosso momento de “atraso” no processo para nos prepararmos para o dia fatídico, que decidiria o rumo das nossas vidas. Sei que quando o vivemos por muito tempo (como nós) dá até uma falta de estímulo, de animação. No entanto, não podemos nos abater e temos que continuar com a cabeça lá no Québec, mesmo que fisicamente estejamos presos aqui. Mas, enfim, como podemos fazer uso desse pequeno contratempo a nosso favor? Aí vai o que fizemos e deu muito certo.

O Francês

Como seria o nosso estado nessa língua que determinaria se passaríamos ou não na entrevista, nos dedicamos de corpo e alma ao seu estudo. Como eu já estava fazendo um curso intensivo de 2h diárias e Diogo já tinha um certo domínio da coisa, achamos que precisávamos mesmo era de treinar para a entrevista. Então, recorremos àquele questionário de perguntas já tão conhecido do blog “Luis e Tati no Québec” e ao nosso professor e amigo Ricardo Medeiros. Passamos 4 meses fazendo aulas particulares com ele direcionadas apenas para isso e deu muito certo. Acho que foi o período que mais aprendi francês, sem querer desmerecer os outros cursos. Eram 2 encontros semanais de 2h cada, mas que pelo valor da aprendizagem parecia ser muito mais. Ter começado a fazer isso com bastante antecedência nos favoreceu bastante, pois nos deu muita tranqüilidade e segurança no dia da entrevista. E, realmente, ela gira entorno dessas questões. Vale muita a pena fazer isso e eu aconselho!

As pesquisas

Como sou uma pessoa muito ansiosa (entenda “eu” como Gisele), fiz as pesquisas desde o comecinho do processo, sem pressa e para ter tempo de encontrar o que de melhor o mercado de informações teria a me oferecer. E isso também deu muito certo. Eu pude escolher as boas ofertas de trabalho que realmente só apareceram com o tempo, pelo menos na minha área e na de Diogo, e aproveitar as novidades que iam surgindo. Os sites que nós mais utilizamos para fazer as pesquisas são os que estão aí na lista ao lado. Separamos as nossas pesquisas em duas pastas: uma para o mercado de trabalho e ofertas de emprego e outra para custo de vida (aluguel, alimentação, transporte...) e algumas pesquisas que tínhamos feito inicialmente sobre o Canadá, a província e a cidade de Montréal (a escolhida para residirmos). Como eu já disse, ter tempo é tudo. Como nossa área é a de educação, tínhamos poucas informações sobre como andava o mercado de trabalho lá e se encontraríamos algum estudo sobre ela. O que descobrimos, através do mels (Ministério da educação do Québec), é que há uma demanda de profissionais da educação lá, sim! Eles estão precisando, especificamente, de professores de língua (Inglesa e Francesa), de Artes e de Educação Física. No site do mels, é possível encontrar um estudo mercadológico, feito pelo próprio governo, que aponta as perspectivas dessa área, inclusive em números. É muito interessante e foi através dela que montamos todo o nosso projeto. As ofertas de emprego foram retiradas basicamente do Emploi Québec, apesar de sempre pesquisarmos em outros sites de busca de emprego também. Porém, a maior felicidade mesmo veio do Jobboom. Eu havia cadastrado o meu currículo em alguns sites, mas foi dele que veio a proposta de emprego para trabalhar como professora de Inglês em uma escola particular em Montréal. Fiquei muito feliz e o agente de imigração que nos entrevistou também. Acho que inclusive ele computou os pontos dedicados a esses casos. Então, fica aí a dica: cadastrem-se, não temos nada a perder mesmo. No Emploi Québec também é possível pesquisar sobre cada profissão e suas perspectivas na província. Não é um estudo profundo, mas já serve de base. Levamos cada um 5 ofertas de emprego de acordo com o nosso perfil e a minha proposta. Essa foi a parte que o conselheiro mais deu atenção na entrevista. Ele olhou cuidadosamente e se divertiu muito com as ofertas de emprego e os benefícios que algumas ofereciam, principalmente, as de Diogo. Saindo disso e indo aos custos de vida, começamos pela pesquisa por um lugar para morarmos. Os sites usados também são os que estão no blog e os que acreditamos serem os mais legais e informativos. Aí não tem muito mistério, é escolher a cidade e o imóvel. É interessante observar o que já está incluso no valor do aluguel, porque isso também é olhado na entrevista, e ter cuidado na escolha dos bairros. Existem alguns que têm um valor muito acessível de aluguéis, mas que ficam longe do centro e isso foi motivo pra muita conversa na entrevista também. Leblanc nos aconselhou a procurar bairros mais centrais e que não fossem tanto de imigrantes para facilitar a nossa adaptação, tipo Plateau Mont-Royal. A pesquisa sobre alimentação foi feita basicamente no site do supermercado on-line IGA. Por lá eu pude saber o valor de cada produto e também aprender o nome deles em francês. Fiz uma planilha com os principais produtos e os seus preços durante uns meses e levei para mostrar que tudo realmente havia sido pesquisado com bastante cuidado. Ele achou incrível a variação de preços durante o inverno das frutas e verduras e riu muito de termos pesquisado até o valor do pãozinho. Fora isso, imprimimos alguns folders de supermercados para ilustrar melhor. Quanto ao transporte, foi imprimir a tabela de preços que tem no próprio site do STM e só. No mais, apresentamos um mapa de Montréal, que havíamos requisitado no Bonjour Québec, com algumas marcações dos lugares onde havíamos nos interessado por algum imóvel e do que tinha próximo deles, como estação de mêtro, universidades, hospitais... Leblanc gostou bastante, fica aí a dica. Levamos muito material que havíamos recebido do site de turismo do Québec também, mas ele não quis olhar nada. Mas, é legal entrar lá e pedir, até mesmo pra conhecer. Bom, acho que dessa parte é tudo. Boas pesquisas!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Dando entrada na demanda

No final de julho de 2007, demos entrada na demanda. Para tal, enviamos toda a documentação exigida para o Escritório de Imigração do Québec, que ainda se localizava em Buenos Aires (atualmente, em São Paulo). Um tempinho antes, começamos a organizar toda a nossa documentação e os formulários que deveríamos mandar, afim de que tudo corresse certinho e não atrasasse o processo. Mas, infelizmente, a coisa não se deu dessa forma. Houve a mudança da localização do Bureau e, com isso, nossa entrevista demorou 09 meses para se realizar. Bom, apesar do atraso, tudo acabou bem e é isso que conta, né. Então, vamos ao bê-á-bá do Québec.

Primeiramente, os formulários:

Antes de listá-los, algumas pequenas observações. Nós fizemos o download dos formulários em francês e os preenchemos também nessa língua. Foi uma opção. Queríamos causar uma boa impressão nos submetendo, desde o princípio, a uma comunicação na língua oficial da província, e na qual também faríamos a entrevista. Isso é bem pessoal. Temos amigos que preencheram tudo em português e foram tão bem sucedidos quanto nós. É importante ler tudo cuidadosamente e preencher bem direitinho, porque é a parti dessas informações iniciais que eles vão te conhecer e analisar a demanda. Alguns formulários são específicos para algumas profissões e para quem tem filhos ou família residindo no Québec. Então, como cada caso é um caso, chequem no site o seu.

Os comuns para todos:

1- Demande de certificat de sélection
2- Demade de certificat de sélection - Déclaration des époux ou conjoints de fait
3- Contrat relatif à la capacité d'autonomie financière
4- Paiement par carte de crédit

O formulário 1 deve ser preenchido pelo requerente principal e pelo cônjuge (se for o caso). Deve-se colar uma foto do demandante (tipo passaporte) no lugar indicado e uma de cada membro da família que o acompanhará ao Québec. Foi esse formulário que o conselheiro usou durante toda a nossa entrevista para checar as informações que havíamos dado. O formulário 2 deve ser preenchido e assinado pelo casal e o 3 apenas pelo requerente principal em duas vias, enviando-se uma junto com o restante e a outra guardando-se para levar no dia da entrevista. Quanto ao de pagamento por cartão de crédito, as pessoas envolvidas no processo não precisam necessariamente serem os titulares do cartão. Ele pode ser de uma outra pessoa, basta que você preencha os dados dela direitinho e a mesma assine o formulário.

Os específicos:

1- Déclaration d'un candidat exerçant la profission d'enseignant au préscolaire, au primaire ou au secondaire

No nosso caso, esse foi o único formulário específico a ser preenchido pelos dois, já que ambos somos profissionais da educação. Também deve ser preenchido em duas vias, enviando-se uma e guardando-se a outra para o dia da entrevista.

Documentos:

Devem-se enviar cópias de todos os documentos exigidos tanto do requerente principal quanto do cônjuge. Não é necessário autenticá-las, muito menos traduzi-las. Novamente, volto a lembrar que pode ser necessário enviar outros documentos, isso vai depender do caso, como certidão de nascimento de filho, declaração de imposto de renda ou de empresa para quem é autônomo. A básica é a que segue abaixo:

1- Ficha 19 (histórico do Ensino Médio)
2- Diploma (ou certificado de conclusão de curso e de colação de grau)
3- Histórico acadêmico
4- Comprovantes de experiência profissional (declarações de estágios - inclusive o curricular, contratos de prestação de serviço, carteira de trabalho e contracheques)
5- Certificado de estudo de francês ou declaração de professor particular (para os profissionais das áreas que não pontuam, aconselha-se a ter cursado no mínimo 200h de francês antes de enviar a demanda. Para o restante, o exigido é no mínimo 150h)
6- Certificado de estudo de inglês ou declaração de professor particular (se for o caso. Com inglês eles são menos exigentes. Quando não se tem como comprovar as horas de estudo, basta marcar no formulário o nível em que se está. No dia da entrevista, eles vão dar uma conferida com algumas perguntinhas na língua.)
7- Certidão de nascimento
8- Certidão de situação familiar (de casamento ou de união estável)
9- Passaporte

Enviar ainda:

1- Currículo (requerente principal e cônjuge)
2- 02 fotografias tipo passaporte (requerente principal e cada membro da família que o acompanhará)

Sobre o currículo, nós optamos em fazê-lo dentro dos moldes do Québec. Para isso, acessamos o site do Emploi Québec e nos guiamos por uma parte que ensina como fazer. Mas, pode-se enviar em português mesmo como o daqui. No nosso caso, achamos interessante fazer de acordo com o de lá para já entrar no esquema. Também observamos que o conselheiro sempre dá algumas dicas sobre como melhorar o currículo no final da entrevista dos aprovados. No nosso caso, ele nem tocou no assunto. Achamos, então, que surgiu efeito. =)

Todos os formulários que você deve enviar e a lista de documentos são encontrados no site do Escritório de Imigração do Québec, juntamente com o valor das taxas. Como já faz um tempinho que enviamos a nossa demanda, eu posso ter esquecido de algum detalhe, mas no geral é isso aí mesmo.

domingo, 1 de junho de 2008

Para os mais perdidos...

O Canadá é composto por 10 províncias, dentre elas, a do Québec. Comparando ao Brasil, província é como se fosse uma região (Nordeste, Sul...), mas que conta com uma certa autonomia em relação ao governo federal, tipo o que ocorre com a política de imigração do Québec. O Canadá possui um dos mais altos níveis de qualidade de vida do mundo. Todos os canadenses têm direito à assistência médica e serviços odontológicos de emergência e, além disso, eles contam também com plano de aposentadoria para os idosos, auxílio família (uns bem interessantes para quem tem filhos), seguro desemprego e previdência social. Fora a educação pública de qualidade, que não é preciso nem falar. Como residentes permanentes, além de podermos trabalhar e estudar legalmente, ainda usufruímos dos mesmos direitos (e deveres também, não vamos esquecê-los!) de um canadense. Eis uma das vantagens de se fazer todo o processo direitinho.
Explicado isso, vamos ao que interessa: afinal de contas, quem pode fazer o processo de imigração do Québec como trabalhador qualificado? Bom, o que se vem divulgando é que só as pessoas que possuem formação superior é que podem fazê-lo, o que é uma grande mentira. Os técnicos também podem e são bem-vindos, sim! Tudo vai depender da sua área de formação e da quantidade de pontos que você ganhará com ela. Afinal de contas, temos que atingir uma dada pontuação para sermos aceitos e isso não dependerá somente de ter ou não um diploma de 3º grau, existem outro requisitos, como o francês, que também conta e muito! Como podemos saber se temos chances, então? Simples, nada do teste on-line que existe na própria página do Bureau. O melhor mesmo é ir direto à tabela de pontuação usada pelo Escritório de Imigração do Québec. Lá você saberá inclusive no que deve melhorar. Acho bem mais prático e realista. Abaixo seguem os links. Confiram direitinho e bonne chance!!!

Tabela de pontos do Québec

Lista de domínio de formação