domingo, 15 de junho de 2008

O dia D

Nossa entrevista ocorreu no dia 23 de abril desse ano com o conselheiro Daniel Leblanc em Recife. Nosso perfil na ocasião: eu, 23 anos, licenciada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa e suas respectivas Literaturas, 4 anos de experiência profissional e 350 horas de Francês; Diogo, 24 anos, licenciando em Música (faltando 2 meses para se formar), 1 ano de experiência profissional sem ser da sua área, apenas 2 meses de estágio curricular, mais de 800 horas de Francês e Inglês avançado. Quando chegamos ao hotel em que as entrevistas estavam sendo realizadas, um casal de amigos nossos tinha acabado de sair da sala com a boa notícia do CSQ. Eles trataram logo de nos tranqüilizar e de contar como foi a entrevista. Estávamos muito nervosos. Na verdade, nunca fiquei tão nervosa na minha vida. Meu coração estava quase saindo pela boca. Daí, ficamos conversando na sala de espera até a hora da nossa entrevista. Quando faltavam 10 minutos, Leblanc desceu com um casal que estava vibrando com a conquista do CSQ também. Então, era chegada a nossa vez. Fomos conversando com ele, em Francês, até a sala da entrevista localizada no 1º andar do hotel. Foi bom para descontrair um pouco e para mostrar como estava a nossa situação na língua. Lá tinha apenas uma mesa com um computador e alguns papéis. Sentamos de frente para o conselheiro e ele começou a nos pedir os originais da documentação que havíamos enviado ao escritório. Senti um pouco de dificuldade em compreender algumas palavras por conta do sotaque, mas nada que atrapalhasse. Nessa parte, basicamente mostramos os documentos e tiramos algumas dúvidas que surgiram da parte dele. Depois, ele nos perguntou se tínhamos levado alguma proposta de emprego da nossa área no Québec e, a partir daí, fomos mostrando tudo o que havíamos pesquisado. Como estávamos com medo de não passarmos na entrevista, fomos apresentando todo o nosso projeto sem dar brecha pra ele nos perguntar muita coisa, o que acredito que tenha sido muito bom para nós. Mostramos a pesquisa do mels sobre as perspectivas futuras da nossa profissão na província e as que retiramos do site Emploi Québec, mas ele só deu uma olhadinha por cima no que estava marcado. Então, mostramos as propostas que havíamos selecionado, o que realmente lhe interessava. Ele nos perguntou apenas quais eram os requisitos para elas (o que os empregadores cobravam dos candidatos) e se divertiu bastante com algumas bem peculiares da área de Diogo. Ele achou todas bem bacanas e disse que arrumaríamos emprego lá com facilidade. Em seguida, mostramos a pasta com as pesquisas sobre o Canadá, a província e a cidade de Montréal, porém ele não quis nem ver, passou logo para os anúncios de aluguéis de apartamentos. Ele olhou o que estava incluso no valor e a localização dos mesmos. Ele também nos deu dicas de alguns bairros que deveríamos ficar, os quais ele julgava que nos ajudariam mais na adaptação por não serem bairros basicamente de imigrantes, como Rosemont e Plateau. Daí, aproveitamos para mostrar o mapa que havíamos levado com as marcações dos apartamentos que tinham nos interessado e o que havia próximo deles, como estação de metrô, hospitais, supermercados. Leblanc gostou bastante. Então, mostramos uma pesquisa que eu havia feito sobre a variação dos preços dos alimentos em Québec durante uns 6 meses. Na tabela tinha de tudo, o que ele achou incrível. Fora isso, uns folders de supermercado e uma tabela com o valor do transporte público em Montréal. A essa altura, pelas dicas que ele tinha nos dado e outras coisinhas (tipo um formulário que ele mandou Diogo assinar), eu já sabia que tínhamos sido aceitos, mas fiquei friamente aguardando até a hora em que ele realmente declarasse isso. De repente, ele se levantou, apertou a nossa mão e nos disse “Parabéns!”. Eu fiquei em estado de choque. A ficha só caiu quando já estávamos fora do hotel. A única pergunta que ele nos fez propriamente foi o motivo que nos levou a escolher o Québec. Leblanc é muito tranqüilo e simpático. Sentimos-nos bem à vontade com ele. Já sabíamos muito do que ele cobrava nas entrevistas e o que ele mais gostava nos candidatos, porque eu tive todo o trabalho de ler inúmeros relatos de entrevistas com ele e com outros conselheiros também. Isso foi muito importante, pois me possibilitou saber o que eles mais cobravam, quem pedia imposto de renda (apesar de não ser um documento cobrado pelo escritório), o que eles gostavam e o que não gostavam muito de ver e ouvir, quem falava mais inglês ou quem aproveitava para falar também espanhol com o candidato (já que eu havia mandado o certificado de formação nessa língua, tinha que me preocupar inclusive com isso)... Bom, eu aconselho a fazerem isso, vale muito a pena, já que é sempre bom saber aonde vamos pisar. As comunidades e os blogs estão aí a nossa disposição para facilitar as nossas vidas, principalmente nesses pontos. Ah, também levamos umas fotos e o endereço de um amigo que já estava em Montréal. Tirando as últimas dúvidas... Quando enviamos a documentação para o Bureau, mandamos uma declaração da universidade em que Diogo estuda dizendo que ele estava no último período do curso e que em dezembro de 2007 ele se formaria. Pensávamos que iríamos fazer a entrevista nesse mês, mas, pelos problemas já conhecidos de vocês, infelizmente, não foi possível, o que foi até melhor, já que ocorreu um choque de horário de duas disciplinas de Diogo, o que fez com que ele só concluísse o curso nessa sexta-feira passada. Mas, apesar disso, os pontos da formação de Diogo foram computados sem problemas. É isso pessoal. Espero que estejamos ajudando de alguma forma e contribuindo para o sonho de cada um.







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